Na Pedagogia do Oprimido o opressor por meio de ações antidialógicas, como na conquista, na divisão, na invasão cultural e na manipulação aniquilam as formas de concentração das pessoas, ou de povos, para que não possa haver a superação revolucionária da situação concreta de opressão. Isso quando não enganam com uma falsa generosidade, da qual mantêm cativos os oprimidos.
A práxis contida na Pedagogia do Oprimido é a objetividade do fato concreto, e da reflexão contida na subjetividade, que busca a transformação, da qual não há que se falar em libertação se de fato não haver a transformação com a superação da contradição opressor-oprimido.
Na pedagogia do opressor o que se impõe é uma Educação Bancária, como analisa Paulo Freire, na qual o opressor deposita no “hospedeiro”, ou seja, no oprimido um comportamento prescrito, ou seja, contra argumentativo.
Diríamos ainda, que o opressor é como um verme, um parasita, que se alimenta do melhor que o oprimido tem, suga sua energia, sua consciência, sua força, até virar um galho seco, desidratado, ou seja, desumanizado.
A Obra Pedagogia do Oprimido é um alerta para a Educação Cristã, para que a abordagem dos educadores cristãos esteja firmada no diálogo, onde educador e educando possam se ensinar e aprender mutuamente, onde o educador atue apenas como coordenador do processo cognitivo, e assim ambos possam sem nenhum tipo de medo, serem verdadeiramente livres, e, portanto responsáveis em manter esse processo continuo de libertação, justamente por se conscientizarem que são seres inconclusos.
Jesus ao ensinar advertiu como no caso da parábola do servo cruel, em Mt. 18:23-33, que foi perdoado pelo seu senhor, entretanto esse servo não agiu da mesma forma com o seu conservo que não tinha condições de lhe pagar o que devia, que comparado a pedagogia do oprimido se percebe que muitas vezes o oprimido não busca verdadeiramente a libertação, mas que quando tem uma oportunidade passa de oprimido a opressor.
Jesus ensinou também a respeito do medo que as pessoas oprimidas tem de serem livres, como no caso da parábola das dez moedas, em Lc 19:11-27, onde o servo diz ao seu senhor no versículo 21: “Tive medo, porque és um homem severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste”.
Assim, comparando com a pedagogia do oprimido se observa que no oprimido o medo da liberdade é o mesmo medo, ou seja, o medo de assumi-la.
Portanto, bem como a obra Pedagogia do Oprimido por meio da práxis de que o diálogo é a mola propulsora que leva a ação, assim o ensinamento de Jesus por meio da práxis da verdadeira palavra leva a transformação do mundo.
Jesus ensinou por meio da sua educação libertadora as pessoas a refletirem suas condutas, suas atitudes, confrontando-as e questionando-as, assim gerando ações de adesão ou de repulsa aos antidialógicos. E sempre aberto ao diálogo e até mesmo a ser questionado.
Cabe refletir sobre como estamos agindo como instituição Igreja. Se a pedagogia utilizada é a pedagogia do oprimido, da educação bancária, da falsa generosidade, da venda de uma falsa sensação de proteção e paz, ou se realmente está se cumprindo o papel de evangelistas de Jesus, de servir com amor, do diálogo com autoridade e não autoritário, da palavra reflexiva, que transforma o mundo e é inclusiva e não privilegia alguns, mas é direito de todos. Pensemos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário